Para entrar num mosteiro muito rígido, um monge toma voto de silêncio. O abade, no entanto, autoriza-lhe que diga duas palavras de dez em dez anos em audiência privada.
Ao fim dos primeiros dez anos, o monge entra no escritório do abade, que lhe pergunta se tem algo a dizer. Com voz rouca e quase imperceptivelmente, o monge pronuncia as palavras: “Comida má”. O abade franze o sobrolho e manda-o embora.
Dez anos mais tarde, o monge volta a ser admitido à presença do abade. Desta vez, com ainda mais dificuldade, sussurra-lhe: “Cama dura”. O abade torce o nariz e diz-lhe para se retirar.
Passa-se mais uma década. Já frágil, o monge arrasta-se à presença do abade, e desta vez, com muito esforço, pronuncia as duas palavras: “Eu desisto!”
“Bolas!” exclama o abade, furioso. “Não páras de te queixar desde que cá chegaste!”